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Aluna do Provoc vai participar de Olimpíada Internacional de Neurociências

Lorrayne Gonçalves venceu a competição no Brasil e vai representar o país no campeonato internacional, na Dinamarca
Talita Rodrigues - EPSJV/Fiocruz | 15/06/2016 10h36 - Atualizado em 01/07/2022 09h46

Maycon GomesA estudante Lorrayne Isidoro Gonçalves, que participa do Programa de Vocação Científica (Provoc) da Fiocruz, coordenado pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) irá representar o Brasil na 16ª Olimpíada Internacional de Neurociências, de 30 de junho a 4 de julho, na Dinamarca. Lorrayne conquistou o primeiro lugar na IV Olimpíada Brasileira de Neurociências, realizada em 14 de maio, em São Paulo, e garantiu a vaga para a competição internacional ao vencer outros 13 estudantes brasileiros. Esta foi a segunda vez que Lorrayne participou da Olimpíada Brasileira. No ano passado, ela ficou em segundo lugar na competição nacional.

Lorrayne, de 17 anos, é aluna do Colégio Pedro II (unidade Engenho Novo), no Rio de Janeiro, e participa do Provoc desde 2014. Ela conheceu o programa em uma palestra sobre iniciação científica no Colégio Pedro II, se interessou pelo Provoc, decidiu se inscrever e foi selecionada. “Acho o Provoc muito bom porque dá a oportunidade aos alunos do Ensino Médio de terem contato com a pesquisa, com novas experiências, e também com responsabilidades. Além disso, são atividades diferentes das que a gente faz normalmente na sala de aula”, conta a estudante.

O Provoc é um programa de iniciação científica na área da saúde para jovens que cursam o nível médio de ensino. Um dos principais objetivos da iniciação científica realizada pelo Provoc é estimular a aprendizagem dos conhecimentos técnicos e científicos a partir da experimentação de práticas de pesquisa. O Programa foi criado em março de 1986 na Fiocruz e é coordenado pela EPSJV. O Provoc é dividido em duas etapas: Iniciação e Avançado. Na Iniciação, com duração de um ano, os alunos se familiarizam com as principais técnicas e objetos de pesquisa de Ciência e Tecnologia em Saúde. No Avançado, com duração de dois anos, o aluno desenvolve todas as etapas de execução de um projeto de pesquisa em Ciência e Tecnologia em Saúde.

Atualmente, Lorrayne está na Etapa Avançado do programa e atua no Instituto Oswaldo Cruz (IOC), sob a orientação da pesquisadora Ana Cristina Calçada Carvalho. No Provoc, a estudante trabalha com o tema Educação e Tuberculose, fazendo a avaliação de material educativo e criando banco de dados. “Pesquisamos os métodos de intervenção educativa para o tratamento da tuberculose, que é uma doença curável. O objetivo é saber se recebendo orientação educativa, as pessoas irão aderir mais e completar o tratamento, que é gratuito”, explica Lorrayne, que concluirá o Provoc em 2017.

Escola pública

Maycon GomesLorrayne é filha de um ambulante e uma explicadora e atualmente cursa o 3º ano do Ensino Médio. Sempre estudou em escolas públicas e conta que tem facilidade para aprender. O interesse pela neurociência (que estuda o sistema nervoso) surgiu a partir de um curso de verão sobre o tema, oferecido pela UFRJ e a UFF. “Vi uns cartazes na escola sobre o curso e sobre a olimpíada de neurociências. Me interessei e resolvi pesquisar sobre o assunto, que eu não conhecia. Achei o tema interessante porque sempre gostei da área de ciências biológicas. Me inscrevi no curso e na olimpíada e comecei a estudar sobre neurociência”, conta Lorrayne, que por causa do interesse na área biológica decidiu que irá fazer vestibular para Medicina.

Para se preparar para a competição internacional, Lorrayne tem uma rotina diária de estudos e conta com o apoio de sua orientadora, Camila Marra, que é professora de Biologia no Colégio Pedro II, e também da equipe da olimpíada brasileira. “Minha expectativa é aprender muito com essa participação na olimpíada. Também vamos participar de um congresso internacional de neurociências e conhecer pesquisadores de vários países. Não sei se vou ganhar, mas espero aprender muito, além de conhecer outro país e outra cultura”, diz a estudante, que vai fazer sua primeira viagem internacional.

Na etapa brasileira, as perguntas são feitas oralmente e os estudantes têm um prazo para responder por escrito. A competição internacional, que reúne estudantes de 26 países, tem cinco etapas, com provas escritas e orais. Todas as questões são feitas em inglês, idioma que Lorrayne compreende bem, assim como o francês. Além disso, ela está estudando por conta própria, italiano e dinamarquês.

Para custear as despesas da participação de Lorrayne na Olimpíada Internacional, a equipe da Olimpíada Brasileira de Neurociências fez uma vaquinha on-line. O Colégio Pedro II vai custear as passagens e a hospedagem de Lorrayne e de sua orientadora para participarem da competição. Com o dinheiro arrecadado pela internet, a mãe de Lorrayne também vai acompanhar a filha na viagem.

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