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Desafios e caminhos para a educação profissional em saúde no Brasil

EPSJV promove oficina com representantes das ETSUS durante as atividades pré-congresso do Abrascão 2022
Erika Farias - EPSJV/Fiocruz | 30/11/2022 00h00 - Atualizado em 23/06/2023 13h38

A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) realizou, no dia 20 de novembro, durante as atividades que precederam a 13ª edição do Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão), a oficina “Desafios e caminhos para a educação profissional em saúde no Brasil”. O objetivo do encontro, que aconteceu no Centro de Convenções de Salvador, foi fortalecer a atuação das Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde (ETSUS).

A oficina reuniu 54 participantes, entre professores, pesquisadores, gestores e profissionais de 26 ETSUS para, juntos, identificarem os principais desafios para a atuação das ETSUS; fortalecer as estratégias de cooperação técnica no âmbito do Sistema de Gestão Acadêmica da Rede de Escolas Técnicas do SUS (RET-SUS) nas áreas de ensino, pesquisa e desenvolvimento tecnológico; discutir a formação dos trabalhadores técnicos em saúde à luz dos preceitos de um SUS público, estatal e de qualidade; além de estabelecer estratégias para a mobilização das escolas técnicas em torno de uma pauta comum para o campo da educação profissional em saúde.

A programação contou com a abertura e apresentação de um vídeo sobre a história da RET-SUS, realizada pela diretora da EPSJV, Anamaria Corbo; com a mesa “Educação Profissional Em Saúde: um olhar para os trabalhadores técnicos”, apresentada pela professora-pesquisadora da Escola, Márcia Valéria Morosini; e com a roda de conversa “Identificação dos desafios e estratégias para o fortalecimento da atuação das Escolas Técnicas do SUS”.

Discussões

Após amplo debate, alguns desafios e entraves para a atuação das escolas foram identificados, como o desfinanciamento do SUS; o desmonte da Política de Atenção Básica e a desqualificação do trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), que representam grande parte da força de trabalho de nível médio do SUS, bem como uma desvalorização dos trabalhadores em geral e de seus processos educativos; entre outros. Para a diretora Pedagógica da ET-SUS do município de São Paulo, Claudia Abreu, a oficina foi importante para discutir a educação profissional. “Essa reunião é o começo de uma nova fase. A educação em saúde é uma questão muito importante, que nem sempre é tratada com a relevância necessária. A formação dos trabalhadores da saúde é um assunto que eu espero que esse novo governo, com as novas pessoas que vão discutir esse tema no Brasil inteiro, tenha ouvidos e olhos abertos para as transformações que a gente precisa fazer e para que o SUS continue sendo essa obra feita a milhares de mãos: transformadora, jovem e com muita energia”, afirmou.

Como encaminhamentos e propostas, o grupo destacou questões como reativação da RET-SUS junto ao Ministério da Saúde com destinação de recursos específicos para a educação profissional em saúde; a reativação dos espaços de diálogo entre as ETSUS com o Ministério da Saúde, visando à definição de diretrizes para a política de formação dos trabalhadores técnicos; o fortalecimento da pesquisa nas Escolas, com compartilhamento do conhecimento produzido; e o desenvolvimento de processos de formação docente para a educação profissional em saúde.

Ao final da oficina, foi lançada a “Carta de Salvador”, com sugestões para o fortalecimento da Educação Profissional em Saúde no SUS. O documento foi encaminhado ao grupo de transição do novo governo na área da saúde. “Nesse documento, destacamos os principais desafios e propostas para o fortalecimento da Rede de Escolas Técnicas do SUS e da Educação Profissional em Saúde. Com o encaminhamento da carta para o novo governo, o objetivo da Escola Politécnica é estar junto com todas as Escolas e Centros Formadores articulados em uma rede nacional para fortalecer a educação de técnicos no nosso país”, concluiu Anamaria Corbo.