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EPSJV promove segundo dia do Seminário da EJA

Encontro discutiu os desafios e as possibilidades de integração entre a Educação Profissional em Saúde e a Educação de Jovens e Adultos na Escola Politécnica
Julia Neves - EPSJV/Fiocruz | 05/04/2024 12h24 - Atualizado em 05/04/2024 14h14

A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) promoveu, no dia 3 de abril, a segunda etapa do seminário “Educação Profissional em Saúde e a Educação de Jovens e Adultos na EPSJV: desafios e as possibilidades de integração”. Durante a manhã, aconteceu o debate “Lições e experiências da EJA integrada à educação profissional em saúde na perspectiva politécnica” e, na parte da tarde, foi realizada a síntese do Seminário e os encaminhamentos finais do encontro.

Um dos convidados, André Valente, professor do Instituto Federal Rio de Janeiro (IFRJ) - Campus São Gonçalo, trouxe a experiência da Formação Inicial em Cuidador de Idoso integrado ao Ensino Médio, na modalidade EJA, da instituição, que tem oferta anual, com aulas em quatro noites na semana e com carga horária de 1440 horas distribuídas em dois anos. “Quando um estudante chega na EJA, ele já passou por outros processos educacionais, mas, de alguma maneira, foram convidadas a sair por diversos motivos. Por isso, uma proposta pedagógica própria à modalidade é necessária”, explicou, acrescentando que diante dessa perspectiva é preciso repensar a forma de oferta da EJA. “Não são só estudantes, são trabalhadores”, completou.

André apresentou os diversos desafios que a instituição tem enfrentado com a experiência. Segundo ele, os turnos ofertados não atendem a boa parte do público-alvo, alguns docentes demoram a entender as especificidades da modalidade e existem poucas possibilidades para recuperação paralela e aulas de reforço. “Temos ainda outras dificuldades como a ausência de restaurante, não temos estrutura para recebermos os filhos dos estudantes e a assistência estudantil é insuficiente”, apontou.

Alexandre Moreno, professor-pesquisador da EPSJV/Fiocruz, falou sobre a experiência do Proeja [Programa Nacional de Integração da Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos] - Radiologia na instituição. De acordo com ele, o curso tinha três anos de duração e carga horária de três mil horas, incluindo o estágio de 600 horas. “O nosso objetivo era elevar a escolaridade da população que não pode concluir seus estudos na época devida, e garantir o ingresso ao mercado de trabalho através de formação técnica semelhante em carga horária e qualidade àquela oferecida no ensino regular”, afirmou.

Segundo Alexandre, a primeira turma, em 2012, teve 90 inscritos, destes, 30 se matricularam e apenas nove concluíram. Em 2014, na segunda turma, foram 43 inscritos, 30 matriculados e apenas cinco concluintes. Em 2016, foram  34.345 inscritos, 30 matriculados e 21 concluintes. Esta última turma era formação técnica subsequente. “Vimos que muitos alunos já tinham concluído o ensino médio anteriormente e, por isso, em 2016 mudamos a modalidade da oferta. Também isentamos a inscrição”, explica.

Alexandre apontou dificuldades na oferta da formação relacionada a orçamento, alimentação e estágio. Destacando os desafios em relação ao estágio, o professor-pesquisador comentou: “O aluno do Proeja é um trabalhador-aluno e, então, só pode fazer estágio a noite. Se de dia já é uma dificuldade se conseguir estágio, na parte da noite é pior ainda. E trabalhar de dia e fazer estágio à noite faria com que esses alunos ficassem cerca de 16 horas fora de casa. Tivemos muita evasão por isso”. Dentre os motivos de desistência desses estudantes tinham ainda gravidez, novo emprego, novo cargo e adoecimento. “Precisamos de um projeto de ensino diferenciado para esses trabalhadores”, concluiu.

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