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Escola Politécnica promove aula inaugural do Mestrado Profissional

A atividade foi voltada para os alunos da turma local, do Rio de Janeiro, e a turma especial de Cacoal, em Rondônia
Julia Neves - EPSJV/Fiocruz | 29/08/2023 14h05 - Atualizado em 29/08/2023 14h05

A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) realizou, no dia 23 de agosto, a Aula Inaugural do Mestrado Profissional em Educação Profissional em Saúde. A atividade, voltada para os alunos da turma local, do Rio de Janeiro, e a turma especial de Cacoal, em Rondônia, foi transmitida ao vivo pelo canal do YouTube da Poli.  Para debater o tema “Crise Ecológica e os desenvolvimentismos: outro mundo é possível?”, o convidado dessa aula foi o professor-pesquisador da Escola Politécnica, Alexandre Pessoa.

As aulas da turma local tiveram início em 8 de agosto. Já as atividades presenciais em Cacoal começaram no dia 28 de agosto, com a ida dos professores-pesquisadores Anakeila Stauffer, Alexandre Pessoa, Edilene Pereira e Maurício Monken ao território.

Aula inaugural

A mesa de abertura do evento contou com a participação da coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional em Saúde, Ialê Falleiros; e da vice-diretora de Ensino e Informação da EPSJV, Ingrid D’avilla.

Ingrid deu as boas-vindas aos novos estudantes. “É com muita alegria que iniciamos mais duas turmas desse mestrado, que é absolutamente importante para a nossa escola. A turma especial de Cacoal faz parte de um projeto que temos construído há algum tempo e se consolidou com a parceria com o Centro de Educação Técnico-Profissional na Área da Saúde (Cetas) e com o escritório regional da Fiocruz de Rondônia”, disse ela.

Ainda em sua fala, a vice-diretora destacou que todos os estudantes que chegam à Escola Politécnica reconstroem a instituição e ressignificam a experiência de professores e alunos. Após ler um trecho do livro “A vida não é útil”, de Ailton Krenak, Ingrid concluiu: “Nessas turmas, nós poderemos, certamente, experimentar inúmeras possibilidades de diálogo e escuta de todas essas outras vozes. Essa é nossa aposta, essa é nossa crença e é a partir desse diálogo que queremos reinventar outro mundo que não seja esse mundo de guerra contra a vida na terra”.

Ialê agradeceu ao corpo docente do Programa e aos trabalhadores envolvidos no evento. A coordenadora leu uma parte do manifesto “A arte indígena contemporânea como campo de manifestação de inconscientes e o disparador político para o além (r)evolutivo”, do artista plástico Jaider Esbell. O trecho dizia: “Enquanto consideramos que só humanos têm alma, vagamos fora de uma realidade espiritual plural por exclusão própria. O fato é que o nosso sistema educacional no mundo todo continua praticamente o mesmo desde o milênio passado”. Com isso, Ialê finalizou: “Estamos aqui com uma proposta também de pensar a educação e a formação em uma outra perspectiva. É com essa inspiração que eu proponho que olhemos para o tema da crise ecológica”.

Crise ecológica e os desenvolvimentismos

Em seguida, o professor-pesquisador Alexandre Pessoa deu início à aula. Segundo ele, o tema da crise ecológica é cada vez mais central nos estudos da Fundação Oswaldo Cruz e de diversas instituições. “Eu considero um tema incontornável, fundamental para os profissionais de saúde. O noticiário não nos deixa esquecer. Os recordes de temperatura, de eventos climáticos hidrológicos e extremos, são cotidianos, o que pode trazer uma naturalização para nós, da mesma forma que naturalizamos a violência em nossos territórios”, apontou.

Isso, na visão dele, não é algo exclusivo do Brasil e da América Latina, mas que ocorre em todo mundo. "Eu deposito uma responsabilidade ao bloco internacional, que alguns denominam Neoliberalismo, que apresenta como solução para a crise econômica mais capital. É a intensificação do processo de acumulação em detrimento da vida humana”, destacou.

Para Alexandre, é preciso discutir as determinações que produziram a crise ecológica. “Infelizmente, o que vemos é a crise dos sintomas, a constatação da irreversibilidade em várias dimensões, a luz do que o IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas] nos coloca”, disse.

Para um outro mundo possível, o professor-pesquisador destacou alguns desafios: “É necessário revelar a farsa da economia verde, derrotar o neoliberalismo e superar o mito do desenvolvimento econômico e seus projetos desenvolvimentistas. Precisamos parar com o desmatamento e termos restauração ecológica, reforma agrária agroecológica, urbana e sanitária. E, por fim, pensar e agir local e mundialmente, bem como aprofundar os estudos relacionados ao tema”.

Posse da nova coordenação

No dia 24 de agosto, durante o evento de aniversário de 38 anos da Escola Politécnica, tomou posse a nova coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional em Saúde, Ialê Falleiros. Como coordenadores adjuntos ficarão os professores-pesquisadores Anakeila Stauffer e Carlos Eduardo Batistella. A nova Coordenação, com mandato de dois anos, foi eleita pela Colegiado do Programa.