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Quem é o docente da educação profissional?

Após três anos de discussão, MEC e CNE caminham para a aprovação das primeiras diretrizes curriculares nacionais para a formação docente na educação profissional. Nessa matéria, você encontra a história que precedeu esse debate, diferentes posições sobre como deve acontecer essa formação e algumas experiências.
Maíra Mathias - EPSJV/Fiocruz | 16/08/2011 08h00 - Atualizado em 01/07/2022 09h46

O Ministério da Saúde acerta os últimos detalhes do curso de pós-graduação lato sensu que a Coordenação de Ações Técnicas em Educação na Saúde prepara em conjunto com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade de São Paulo (USP) especialmente para profissionais das Escolas Técnicas do SUS. Com carga horária de 360 horas, o curso terá 300 vagas que serão destinadas a profissionais estratégicos das escolas. Em entrevista à Revista RET-SUS, a professora da Faculdade de Educação da Unicamp, Mara de Sordi, detalhou os objetivos do projeto.

O que o grupo de trabalho vem discutindo para a elaboração do curso?

A equipe se estruturou para empreender discussões em vários âmbitos, inclusive pedagógico-administrativos, para pensar na ETSUS se comportando como uma escola, mas uma escola com especificidades, pois ela não é uma escola qualquer, não pode ser pensada ou enquadrada da mesma forma porque tem princípios educativos diferentes; dialoga com os serviços, tem compromissos muito mais diretos com os modelos assistenciais.

A intenção do curso vai ser aprofundar essas características?

É necessário aprofundar e verticalizar o debate sobre a formação na educação profissional de nível médio. A ETSUS tem que ter uma estrutura de escola, mas não em um formato tradicional. Tem que ter outra organização que leve em conta as relações com o trabalho, as relações com a realidade concreta. Precisa ser apta e aberta, flexível à incorporação dos saberes dos vários trabalhadores e ter clareza do seu papel social, que é produzir ou auxiliar a construir marcas nos trabalhadores da saúde que estão nos serviços para que eles possam também humanizar a assistência, enfim, garantir os objetivos da Reforma Sanitária.

Quem deve participar do curso?

O curso é voltado para equipes que a gente denominou de núcleos estruturantes, que ajudariam a sustentar o debate, tomar decisões consequentes com a vocação que as escolas têm. É uma formação preocupada em desenvolver a amplitude do olhar dos profissionais inseridos nas ETSUS para que compreendam a vocação e a inserção da escola na política e nas relações com os serviços e, a partir daí, organizar e sustentar um projeto pedagógico comprometido com a realidade do trabalho, mas um trabalho que está articulado com os desafios da Reforma Sanitária. Então, porque não é um trabalho só de sala de aula? Porque não é uma formação de professores para ministrar aulas? Porque há um entendimento que precede isso que é superar uma realidade nessas escolas.