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mídia

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  • 26/07/2016 9h51 Entrevista

    Uma manchete informava que 50% da população brasileira preferiam a permanência de Michel Temer na presidência e apenas 3% queriam a realização de novas eleições. Os números, alardeados nas páginas da Folha de S. Paulo, um dos maiores jornais brasileiros, mostravam uma diferença enorme em relação aos resultados das pesquisas anteriores. Houve quem desconfiasse. O correspondente internacional Glenn Greenwald publicou um texto contestando os dados, outros jornalistas se engajaram na apuração, desvendando inclusive os números não divulgados pelo Instituto Datafolha, responsável pela pesquisa. E foi aí que o país assistiu àquele que pode entrar para a história como um dos maiores casos de manipulação explícita de informação na imprensa brasileira. Classificando o episódio como “fraude jornalística”, os repórteres mostraram que, na pergunta que tratava sobre a convocação de novas eleições, 62% dos entrevistados se mostram a favor e 30% contra. Os 3% estampados nas páginas da Folha referiam-se apenas àqueles que citaram espontaneamente as eleições como alternativa numa pergunta que, na verdade, dava apenas duas opções: a permanência de Temer ou a volta de Dilma. Em matéria que tentava responder à polêmica, o editor-executivo do jornal disse que não houve “fraude” e que o jornal tem o direito de escolher os dados da pesquisa que julgar mais relevantes para noticiar. Em coluna publicada no domingo 24 de julho, a ombudsman da Folha – cuja função é fazer leitura crítica do veículo – afirmou que o jornal errou e “persistiu no erro”. Nesta entrevista, o professor Afonso de Albuquerque, da Universidade Federal Fluminense (UFF), que estuda a relação entre mídia e política, comenta o episódio, cita outros casos semelhantes e faz uma análise sobre o papel das pesquisas de opinião e o comportamento da imprensa brasileira na crise que resultou no impeachment.

  • 11/05/2016 8h59 Entrevista

    Assim como nos protestos que ficaram conhecidos como as Jornadas de Junho, em 2013, os meios de comunicação comerciais ganham, neste momento, um destaque para além da cobertura dos grupos pró e contra impeachment. Os próprios veículos, em especial a Rede Globo, são caracterizados por parte daqueles que estão indo às ruas como atores chave na crise política. Neste cenário, voltam à tona discussões em torno da democratização da mídia e da regulação dos meios de comunicação por parte, inclusive, de figuras como o ex-presidente Lula. Para compreender as limitações desse discurso e as filiações dos grupos de mídia no Brasil, a Poli entrevistou o jornalista Gustavo Gindre, membro do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação. Servidor da Agência Nacional de Cinema (Ancine), onde é especialista em regulação do audiovisual, Gindre detalha o atrelamento dos grupos de comunicação a um projeto conservador e aponta as contradições do PT ao criticar o papel da mídia no processo do impeachment.