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Entrevista

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  • 15/09/2021 11h17 Entrevista

    Grasiele Nespoli é professora e pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), da Fiocruz, e foi uma das coordenadoras do curso EdPopSUS, um projeto que formou quase dez mil lideranças comunitária e trabalhadores de saúde, principalmente Agentes Comunitários de Saúde (ACS), no Brasil inteiro. Nesta entrevista, ela explica como a herança de Paulo Freire tem se traduzido em experiências do campo da saúde, com potencial de mudar as relações entre profissionais e usuários do sistema.

  • 13/09/2021 19h06 Entrevista

    Walter Kohan é professor titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e autor de vários livros que tratam sobre a vida e a obra freireana. Nesta entrevista, produzida para a matéria de capa da Revista Poli e que integra um especial comemorativo do centenário de Paulo Freire, o pesquisador contextualiza as experiências desenvolvidas pelo patrono da educação brasileira. Ele também questiona o uso da expressão “conscientização” associada à sua pedagogia, analisa os programas educacionais atuais à luz dessa concepção e explica por que Freire se tornou alvo de perseguição de grupos políticos no Brasil de hoje.

  • 02/09/2021 12h01 Entrevista

    Será a “extinção” do licenciamento ambiental no Brasil. Assim a nota da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Abrasco, define o que vai acontecer se o projeto nº 2.159, de 2021, que já foi aprovado na Câmara dos Deputados e está sendo agora discutido no Senado, se tornar lei. Depois de tramitar por mais de 20 anos, o texto que institui uma lei geral do licenciamento ambiental finalmente avançou, mas não sem antes ser completamente descaracterizado, tornando-se o oposto do que defendiam pesquisadores, entidades e movimentos sociais ambientalistas. Engenheiro sanitarista e professor-pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), da Fiocruz, Alexandre Pessoa ajudou a construir o posicionamento público da Abrasco e tem travado esse debate em todos os espaços possíveis. Nesta entrevista, ele mostra como o PL praticamente elimina o papel do Estado na regulação de obras de infraestrutura, energia elétrica, saneamento e instalações agropecuárias, entre vários outros empreendimentos que possam gerar impactos socioambientais e à saúde das populações. Além de detalhar as muitas ‘armadilhas’ embutidas no texto e exemplificar com tragédias e riscos reais, Pessoa alerta para o que considera um dos principais retrocessos do projeto: a separação, proposital, entre ambiente e saúde, ignorando-se os impactos mais ou menos diretos que as questões ambientais têm sobre a qualidade de vida das pessoas e as condições sanitárias do país.

  • 30/07/2021 9h53 Entrevista

    O Ministério da Educação (MEC) publicou no Diário Oficial da União no dia 14 de julho a portaria 521, que institui o Cronograma Nacional de Implementação do Novo Ensino Médio. Entre outras medidas, a normativa adiou para 2024 o prazo para que as redes estaduais implementem as mudanças trazidas pela lei 13.415/2017, a chamada reforma do ensino médio, que inicialmente previa um prazo de cinco anos para que fosse implementada, que terminaria no ano que vem. A medida já era esperada pelas redes estaduais em meio aos desafios trazidos pela pandemia de Covid-19, com o fechamento de escolas e o agravamento da crise econômica que afetou diretamente a arrecadação tributária dos estados. Nesta entrevista, a pesquisadora do Observatório do Ensino Médio da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Camila Grassi analisa os efeitos da portaria 521, que segundo ela exemplifica a articulação existente no conjunto de mudanças instituídas na esteira da aprovação da reforma do ensino médio, como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação) e o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) 2021. Processo que, como lembra Camila, vem sendo realizado segundo a concepção educacional dos agentes que compõem o que ela chama de redes de governança, nas quais se articulam institutos privados que representam os interesses de diferentes frações do empresariado no campo educacional.

  • 26/07/2021 14h14 Entrevista

    Nesta entrevista, a professora da Universidade de Brasília (UnB) Elisabetta Recine analisa as razões e as consequências do crescimento da fome no Brasil, analisando dados de duas pesquisas recentes. Integrante do Grupo Temático Alimentação e Nutrição em Saúde Coletiva da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), ela aponta ainda o risco de se voltar a um cenário de desnutrição, principalmente infantil, com impacto sobre o SUS, e alerta sobre o quanto o país vai demorar para se recuperar desse retrocesso.

  • 26/07/2021 10h25 Entrevista

    Em fevereiro, Jair Bolsonaro enviou ao Congresso Nacional uma lista com as 35 metas prioritárias para sua administração em 2021. Apenas uma delas era relacionada à educação: aquela que tratava da regulamentação do homeschooling no Brasil. A modalidade, também conhecida como educação domiciliar, permite que as famílias ofertem educação básica a seus filhos em suas próprias casas, sem o – até agora – obrigatório vínculo com uma escola. A iniciativa, defendida pelos ministros da educação, Milton Ribeiro, e da mulher, da família e dos direitos humanos, Damares Alves, tem sofrido fortes críticas da sociedade civil. Romualdo Portela de Oliveira, é um estudioso do tema e de suas implicações no Brasil e no mundo. Presidente da Associação Nacional de Política e Administração da Educação (Anpae) e professor titular aposentado da Universidade de São Paulo (USP), ele organizou, junto à pesquisadora Luciane Barbosa, o dossiê ‘Homeschooling e o direito à educação’. Defendendo a educação escolar como garantia da pluralidade, da convivência com o contraditório e a escola como espaço indispensável para a redução das desigualdades, ele analisa os rumos desse debate no Brasil e avalia os resultados produzidos por experiências internacionais em educação domiciliar.

  • 21/07/2021 13h56 Entrevista

    Com a experiência de quem, nos anos 1990, participou da Ação Cidadania contra a Fome, a maior campanha de mobilização da sociedade civil contra a insegurança alimentar grave de que o país tem memória, e, mais recentemente, foi presidente do Consea, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Francisco Menezes analisa o cenário brasileiro atual. Nesta entrevista, ele mostra a trajetória de piora da segurança alimentar antes e depois da pandemia, enumera as políticas públicas que podem ajudar a melhorar a situação e defende a criação de uma renda básica que garanta dignidade à população mais pobre.

  • 15/07/2021 8h00 Entrevista

    O mapeamento dos efeitos da pandemia na alimentação e na situação de segurança alimentar no Brasil foi o objetivo de um estudo realizado pelo Grupo de Pesquisa ‘Alimento para justiça: poder, política e desigualdades alimentares na bioeconomia’, da Freie Universität de Berlim, em parceria com as universidades de Brasília (UnB) e Federal de Minas Gerais (UFMG). Os resultados, amplamente divulgados, mostram um cenário preocupante, ainda mais grave do que aquela identificado pela pesquisa da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede Penssan), publicizados mais ou menos na mesma época: 59,4% da população brasileira declarou algum nível de insegurança alimentar, sendo 15% em situação de fome. Feita por telefone, a pesquisa retrata os últimos meses de 2020, depois que o auxílio emergencial sofreu sua primeira redução. Nesta entrevista, Eryka Galindo, que faz parte do grupo de pesquisa da Universidade de Berlim, aponta as principais diferenças da fome na cidade e no campo, enumera as políticas que precisam voltar a ser fortalecidas e defende a importância de ações do Estado para superar esse cenário.

  • 14/07/2021 14h58 Entrevista

    Ana Maria Segall é professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e fez parte do grupo de monitoramento da Rede de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan), que produziu um inquérito sobre a insegurança alimentar no Brasil no contexto da pandemia de Covid-19. Segundo os resultados, quase 117 milhões de brasileiros encontram-se em algum nível de insegurança alimentar e 19 milhões passam fome. Os dados também mostraram que, proporcionalmente, a situação é mais grave nas áreas rurais, embora, num país urbano como o Brasil, o número absoluto de pessoas nesse estado esteja nas cidades. Nesta entrevista, a pesquisadora detalha esse cenário, analisa suas principais causas e mostra que, apesar do impacto da pandemia, a piora vem de antes.

  • 24/05/2021 14h03 Entrevista

    No dia 22 de março, o governo federal publicou no Diário Oficial o decreto 10.656, que regulamenta a lei de criação do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), tornado permanente pela Emenda Constitucional 108, aprovada em 2020. Para a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, o decreto trouxe uma novidade: a possibilidade de recebimento de recursos do fundo a partir de convênios ou parcerias com as redes estaduais de educação para a oferta de cursos concomitantes de educação profissional técnica. O decreto prevê, para o recebimento dos recursos do Fundeb pelos institutos federais, o cômputo da chamada dupla matrícula tanto através da oferta de educação profissional técnica de nível médio nas formas integrada ou concomitante ao ensino médio regular quanto através do itinerário formativo da educação profissional, criado pela reforma do ensino médio. O texto suscitou leituras divergentes dentro da Rede Federal. De um lado, aqueles que viram no decreto uma abertura para a indução, via financiamento, da participação dos institutos federais na operacionalização da reforma do ensino médio e um enfraquecimento da concepção de ensino médio integrado à educação profissional, cuja priorização está prevista na lei de criação dos institutos federais. De outro, estão aqueles que veem uma possibilidade de reforçar o orçamento dos institutos com recursos do Fundeb através dos convênios. A presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Sônia Fernandes, advoga que o decreto representa uma importante possibilidade de aporte de recursos aos institutos federais, sem comprometer sua capacidade de oferecer a formação profissional integrada ao ensino médio. Já o professor de sociologia do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) Mauro Sala - cuja entrevista você pode ler na seção 'Leia Mais' ao final desta pagina - traz uma visão crítica aos convênios previstos na norma, que para ele representam uma ameaça à formação integrada.