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Entrevista

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  • 23/03/2016 12h30 Entrevista

    No Dia Mundial da Água (22 de março), o engenheiro sanitarista Alexandre Pessoa, professor-pesquisador da EPSJV/Fiocruz, aponta que o manejo das águas é um dos determinantes sociais da saúde. “Do ponto de vista das políticas públicas, seria importante estar claramente prescrito na Constituição Federal, nas constituições estaduais, na lei de saneamento básico e nos planos municipais de saneamento, que assim como a saúde, a água é um direito de todos e é um dever do Estado provê-la de forma adequada. Considerar a água enquanto direito e não como mercadoria se faz cada vez mais necessário, diante da crise hídrica e das diversas formas, atualmente em curso, de privatização das águas, um componente de iniquidade em saúde. E diante da crise econômica, política e ambiental, vejo com grande preocupação a atual restrição dos recursos públicos para a saúde e o saneamento, mesmo em uma situação de crise sanitária em decorrência da zika. Nesse sentido, considero urgente resgatar o ideário de um projeto de país que precisa se sustentar pelos 4 Rs: reforma sanitária, reforma urbana, reforma agrária e reforma hídrica”, destaca. Em comunicado divulgado no dia 11 de março, a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que há um forte vínculo entre sistemas de saneamento deficientes e o surto atual do vírus zika, assim como a dengue, febre amarela e chikungunya, todas doenças transmitidas por mosquitos. Segundo o comunicado, além de buscar soluções tecnológicas, os governos também devem lembrar do péssimo estado de acesso à água e ao esgotamento sanitário das populações menos favorecidas.

  • 23/03/2016 12h30 Entrevista

    Seguindo com a proposta de jogar luz sobre a conjuntura, o Portal EPSJV entrevista o historiador e autor do livro 'Uma esquerda para o capital: o transformismo dos grupos dirigentes do PT (1979-1998)’ . Eurelino aponta como as forças progressistas e conservadoras se movem na atual crise política, que, na opinião dele, pode desaguar em um “golpe dentro da ordem”.

  • 18/03/2016 8h00 Entrevista

    Estudiosos, profissionais e militantes da área nem tinham digerido a notícia de que o Ministério da Saúde havia sido entregue ao PMDB, quando veio um golpe ainda mais forte. Na distribuição dos cargos no interior da pasta, a Coordenação de Saúde Mental foi ocupada por um médico identificado com práticas terapêuticas que violam os direitos humanos e fazem retroceder 30 anos de conquistas da Reforma Psiquiátrica. Entre outras passagens do seu currículo, Valencius Wurch Duarte Filho, amigo pessoal do ministro Marcelo Castro, foi diretor do maior manicômio privado da América Latina, a Casa de Saúde Dr. Eiras, que colecionou denúncias de maus tratos com os pacientes até ser fechada por decisão judicial. A resposta foi imediata: reuniu diferentes frações da luta antimanicomial e se materializou em passeatas, manifestos e na ocupação do prédio do Ministério da Saúde. Eduardo Mourão Vasconcelos, professor da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é uma das expressões desse movimento. Psicólogo e cientísta político, ele é um militante histórico da Reforma e tem participado ativamente dessa reação. Nesta entrevista, ele ajuda a entender os interesses que estão por trás desse retrocesso, fala das dificuldades que essa área tem enfrentado e explica os benefícios da atenção psicossocial que, segundo ele, apresenta um olhar mais integral do que o modelo biomédico.

  • 17/03/2016 12h30 Entrevista

    Pesquisador tem acompanhado de perto as manifestações recentes contrárias ao governo Dilma com o objetivo de traçar o perfil de quem está saindo às ruas. Diante dos últimos acontecimentos, ele alerta para a apropriação do discurso verdadeiro da insatisfação popular pela mídia e pelos grupos ultraconservadores e ultraliberais.

  • 17/03/2016 8h00 Entrevista

    A historiadora Virgínia Fontes é coordenadora do Programa de Pós-graduação da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fiocruz, e professora da Universidade Federal Fluminense. Respondendo a três perguntas de análise de conjuntura do Portal EPSJV, ela identifica tanto causas econômicas quanto movimento de autopreservação nas posições que o grande empresariado e partidos da oposição têm assumido na crise política.

  • 08/03/2016 0h00 Entrevista

    A epidemia de zika vírus tem colocado o Brasil em contato direto com suas dívidas sociais. O país que ocupa os primeiros postos entre as economias mundiais é o mesmo que perpetua as péssimas condições de vida que expõem grande parte da população à multiplicação de vetores, como o mosquito Aedes aegypti. Com a explosão de casos de microcefalia, o passivo brasileiro em garantir o direito à água se soma ao atraso no debate sobre os direitos reprodutivos das mulheres. Nesta entrevista, Débora Diniz, professora de Direito da Universidade de Brasília (UnB), defende que diante da dor das mulheres trabalhadoras, majoritariamente negras do Nordeste brasileiro que são atingidas em cheio pela tragédia, é chegada a hora de o Estado garantir alguns direitos: à informação, ao diagnóstico, à maternidade, à infância, mas também ao aborto. Para isso, a ONG feminista Anis – Instituto de Bioética, da qual Débora faz parte, pretende capitanear uma ação judicial no Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2012, a ONG fez parte da ação que levou o STF a estabelecer a legalidade da interrupção da gravidez em casos de anencefalia. Neste caso, no entanto, Débora garante que a Anis não vai basear sua argumentação no direito ao aborto ligado a uma condição de saúde, o que, segundo críticos, poderia ser caracterizado como eugenia. “Não há eugenia na proposta, esse é um argumento que confunde a conversa”, afirma ela, que também aborda o “desrespeito” de algumas autoridades do Brasil e de outros países da América Latina em imputar a responsabilidade às mulheres, sugerindo que elas evitem engravidar durante a epidemia, e comenta posições conservadoras do Congresso Nacional.

  • 29/02/2016 9h27 Entrevista

    Nesta semana, com a demolição do prédio da Associação de Moradores, as forças de segurança do Rio deram mais um passo na destruição da Vila Autódromo, que se tornou símbolo da luta pelo direito à cidade e por políticas de reforma urbana no Brasil. Nesta entrevista, Maraci Soares, liderança comunitária do Quilombo do Camorim, e integrante do Conselho Popular de Moradia do Estado do Rio de Janeiro, defende que a resistência de Vila Autódromo é crucial para a "honra do movimento social no Brasil".

  • 22/02/2016 10h37 Entrevista

    O uso de inseticidas químicos, inclusive o ‘fumacê’, no combate ao Aedes aegypti tem sido debatido (e questionado) por especialistas de diversas áreas envolvidos nas pesquisas sobre a epidemia de zika vírus. Esta entrevista com a entomologista Leda Régis, pesquisadora aposentada da Fiocruz Pernambuco, mostra que essa é uma discussão importante a despeito das relações que possa ou não guardar com os casos de microcefalia e outras mã formações. Como ‘especialista em insetos’, ela garante que o uso dessas substâncias desenvolve resistência no mosquito e atinge todo o ambiente em que é utilizado, trazendo riscos também para os humanos. Segundo a pesquisadora, a estratégia de procurar larvas nos criadouros — que vem sendo adotada no Brasil, mobilizando até o Exército — é a “menos eficiente” para monitoramento e controle do Aedes. Para mostrar que existem alternativas bem-sucedidas ao alcance dos governos, ela cita experiências de países como a Alemanha e projetos brasileiros, como uma pesquisa coordenada por ela que, com uso de armadilhas e outra ações integradas, conseguiu eliminar 90% da população de mosquitos na cidade pernambucana de Santa Cruz do Capibaribe.

  • 15/02/2016 15h53 Entrevista

    “Guerra ao mosquito”. Nas últimas semanas, as manchetes sobre a epidemia do zika vírus, transmitido pelo Aedes aegypti, abusaram da expressão e repercutiram à exaustão a declaração do ministro da Saúde, Marcelo Castro, de que o país vem perdendo feio a “batalha”. O titular da pasta, a presidente Dilma Rousseff e outras autoridades vêm reforçando a mensagem de que a população brasileira precisa se unir no “combate” para sair vitoriosa. A novidade da transmissão do zika no Brasil pelo mesmo mosquito que já transmitia dengue e chikungunya, acrescida da tragédia dos milhares de casos suspeitos de microcefalia em bebês parece não ter sido suficiente para que o governo brasileiro repensasse a estratégia de combate que vem sendo adotada, sem sucesso, há 40 anos para o combate ao Aedes aegypti. É o que alerta a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), a partir do resultado da ação conjunta de cinco grupos de trabalho de pesquisadores que lançaram nesta terça-feira, 2, a ‘Nota Técnica sobre microcefalia e doenças vetoriais relacionadas ao Aedes aegypti: os perigos das abordagens com larvicidas e fumacê’. Nessa entrevista, Lia Giraldo, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco, pesquisadora aposentada do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (CPqAM/Fiocruz) e membro do GT Saúde e Ambiente da Abrasco explica os fundamentos da crítica ao paradigma químico de controle do vetor e porque ele é ineficaz e perigoso para a saúde humana e ambiental.

  • 08/01/2016 9h45 Entrevista

    Estudioso das novas formas de organização dos movimentos sociais na América Latina, com 14 livros publicados sobre o subcontinente, Raúl Zibechi falou à Poli sobre temas candentes, como a crise dos governos progressistas, e sentenciou que a conquista do Estado, por si só, não é suficiente para implementar mudanças radicais: “Precisamos de valores socialistas”, disse.