Entrevista
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'Precisamos tirar o foco do mosquito e centrar nas condições e situações que levam a ter criadouros'
“Guerra ao mosquito”. Nas últimas semanas, as manchetes sobre a epidemia do zika vírus, transmitido pelo Aedes aegypti, abusaram da expressão e repercutiram à exaustão a declaração do ministro da Saúde, Marcelo Castro, de que o país vem perdendo feio a “batalha”. O titular da pasta, a presidente Dilma Rousseff e outras autoridades vêm reforçando a mensagem de que a população brasileira precisa se unir no “combate” para sair vitoriosa. A novidade da transmissão do zika no Brasil pelo mesmo mosquito que já transmitia dengue e chikungunya, acrescida da tragédia dos milhares de casos suspeitos de microcefalia em bebês parece não ter sido suficiente para que o governo brasileiro repensasse a estratégia de combate que vem sendo adotada, sem sucesso, há 40 anos para o combate ao Aedes aegypti. É o que alerta a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), a partir do resultado da ação conjunta de cinco grupos de trabalho de pesquisadores que lançaram nesta terça-feira, 2, a ‘Nota Técnica sobre microcefalia e doenças vetoriais relacionadas ao Aedes aegypti: os perigos das abordagens com larvicidas e fumacê’. Nessa entrevista, Lia Giraldo, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco, pesquisadora aposentada do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (CPqAM/Fiocruz) e membro do GT Saúde e Ambiente da Abrasco explica os fundamentos da crítica ao paradigma químico de controle do vetor e porque ele é ineficaz e perigoso para a saúde humana e ambiental.
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Estudioso das novas formas de organização dos movimentos sociais na América Latina, com 14 livros publicados sobre o subcontinente, Raúl Zibechi falou à Poli sobre temas candentes, como a crise dos governos progressistas, e sentenciou que a conquista do Estado, por si só, não é suficiente para implementar mudanças radicais: “Precisamos de valores socialistas”, disse.
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Nesta entrevista, a presidente do Conselho Nacional de Saúde, Maria do Socorro Souza faz um balanço da 15ª Conferência, defende sua posição política em relação à conjuntura nacional e responde as críticas de partidarização e ausência de debates no encontro.
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O economista Marcelo Carcanholo fala das causas estruturais da crise e discute caminhos alternativos ao modelo econômico adotado no país, que ele não tem dúvida de classificar como neoliberal.
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Nesta entrevista, a professora da Escola de Serviço Social da UFRJ fala sobre as mudanças trazidas pelas mudanças no cálculo da aposentadoria com a fórmula 85/95, aprovada pelo Congresso no início de outubro.
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O senador comenta a aprovação pela Comissão de Direitos Humanos do Senado do PLS 287/2013, que regulamenta o direito de greve no serviço público.
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Existem alternativas ao ajuste fiscal em curso? Diante da crise política, a correlação de forças permite uma virada a favor dos trabalhadores? Qual a relação entre o caminho escolhido para enfrentar a crise e a política macroeconômica que já vinha sendo implementada? Nesta entrevista o professor titular da Faculdade de Economia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Luiz Filgueiras, responde essas e outras questões, nega que o ajuste seja um “remédio” passageiro e critica a comparação entre o Estado e as famílias para justificar os cortes e outras medidas que estão sendo tomadas pelo governo federal.
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Desonerações para as empresas, juros altos, pagamento da dívida, o que essas políticas colocadas em prática pelo governo brasileiro tem a ver com o atual crescimento do desemprego no Brasil? Nesta entrevista, o coordenador de atendimento técnico sindical do Dieese, Airton dos Santos, analisa os motivos que levam os trabalhadores a estarem enfrentando o cenário mais adverso no mercado de trabalho desde meados da década de 1990. E para o especialista o quadro por enquanto não indica melhorias. “As previsões são essas: provocar uma redução do PIB neste ano de cerca de 3%. Em 2016 também vai ter redução. Ou seja, dois anos sem crescer. E 2017, só com bola de cristal, não sabemos. Então, quanto ao trabalho e salário, é péssimo!”, sentencia. O economista critica ainda o sistema tributário brasileiro e lembra que há um setor que, mesmo com a crise, continua com lucros galopantes: o setor financeiro.
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Quando se elegeu reitor Universidade Federal do Rio de Janeiro, maior instituição federal de ensino do país, Roberto Leher assumiu em uma situação de crise: atraso no início das aulas, trabalhadores terceirizados sem salários há meses e um contingenciamento que retirou R$ 70 milhões do orçamento da UFRJ. Ainda era 2014. Nesta entrevista, ele mostra que agora, com o ajuste fiscal, é simplesmente impossível fechar as contas — e ressalta que essa realidade se repete na maioria das universidades federais brasileiras, que vivem uma verdadeira crise. Com o acúmulo de quem pesquisa as relações público-privado na educação desde muito antes de chegar à reitoria, ele mostra que a tesoura do ajuste atingiu muito mais o ensino público e defende que a solução estrutural da crise passa pelo fim de uma política que vem transferindo montantes crescentes de recursos do Estado para a oferta de cursos em instituições privadas.
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O professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, João Sicsú, aponta, nesta entrevista, a relação entre o crescente desemprego e a política recessiva colocada em prática pelo governo federal. Para João Sicsú, os postos de trabalho são vão voltar a crescer se o Estado retomar o investimento. Uma das vozes críticas ao atual ajuste fiscal o economista aponta, inclusive, que o Brasil teria condições de garantir o pleno emprego.